O município de Canutama, a 1.274 quilômetros distante de Manaus via
fluvial, é o mais sétimo do Amazonas a decretar Estado de Emergência por conta
cheias provocadas pela temporada de chuvas segundo levantamento realizado
semanalmente pela Associação Amazonense de Municípios (AAM), junto às
prefeituras e defesas civis do interior do Estado e divulgado na manhã desta
quinta-feira (6).
“Estamos desocupando salas de aula e repartições públicas para atender
imediatamente as 60 famílias que já estão desabrigadas. Outras mil pessoas da
área urbana e rural já foram afetadas diretamente pelas águas e também serão
alojadas nos próximos dias”, afirmou o prefeito de Canutama, Ocivaldo Amorim,
durante a operação de remoção das famílias na tarde desta quinta.
Com 12 mil habitantes, a cidade da Calha do Purus passa a integrar a
lista que já tem Boca do Acre, Lábrea, Pauini (todos no Purus), Envira,
Guajará, Ipixuna (Região do Juruá) e Apuí, no Rio Madeira.
Tapauá, Carauari, Eirunepé, Itamarati, Borba, Manicoré e Novo Aripuanã
estão em Estado de Alerta e Humaitá, no Rio Madeira, decretou Calamidade
Pública na semana passada.
Segundo o presidente da AAM e prefeito de Boca do Acre, Iran Lima, a
exemplo dos anos anteriores, em 2014 o auxílio e as ações humanitárias de
saúde, transporte e infraestrutura do Governo do Estado chegaram bem antes de
qualquer apoio ou recurso federal.
“Com as constantes perdas em repasses federais é o Estado que está nos
auxiliando no atendimento imediato das demandas da população. Sem este apoio, a
situação estaria muito pior”, destacou Lima, ao lembrar que em 2013, apenas
três dos 45 municípios amazonenses que decretaram emergência foram atendidos
pela Defesa Civil Nacional.
Na próxima semana, a AAM realiza em Manaus um encontro com os
coordenadores e representantes das defesas civis do interior para prestar
orientações e informações técnicas sobre relatórios a serem encaminhados para o
Ministério da Integração Nacional em Brasília (DF) solicitando maior agilidade
na liberação de recursos.