Bombeiros são responsáveis por ministrar cursos de formação de Brigadas de Incêndio em municípios em zonas de risco de queimadas.
Estado está em alerta com a chegada do período de queimadas. Foto: Renato Araújo |
Manaus - A temporada de aumento de risco de queimadas e incêndios em mata aberta no Amazonas inicia em meados de julho e se estende até outubro. De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), entre os dias 23 e 29 do último mês, Tefé liderou a lista de municípios de maior risco de queimadas, com 11 focos de calor. A capital amazonense aparece em sexto lugar, com apenas duas zonas de perigo.
Alvarães aparece na lista em segunda posição, com seis focos de calor, seguida por Manicoré, com cinco. Os municípios de Boa Vista do Ramos e Apuí apresentaram quatro áreas de risco e alcançaram o quarto lugar.
O monitoramento, segundo a chefe do Departamento Florestal e Serviços Ambientais, Verena Almeida, começou no dia 16 do último mês. Desta data até o dia 29, Careiro da Várzea liderou a lista com 14 focos de calor, seguida por Manacapuru e Autazes, ambas com 12. “Nós fazemos os levantamentos semanalmente para manter o controle de todo o Estado e analisar em quais locais precisamos realizar ações preventivas”, explicou.
As medidas da SDS fazem parte do Plano Estadual de Preservação e Controle do Desmatamento do Amazonas (PPCDAM). Vigente desde 2009 - quando a pasta, juntamente a órgãos como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), iniciou o trabalho de monitoramento do Estado -, o projeto entra agora na segunda etapa de atividades: fiscalização das áreas de risco.
Verena disse que, embora a temporada seca na Amazônia comece em julho e se estenda até outubro do ano seguinte, a SDS iniciou os trabalhos em abril deste ano. “Precisamos nos antecipar porque temos floresta em todo o Estado e precisamos firmar parcerias para aumentar o alcance de fiscalização das áreas verdes”, afirmou.
A especialista contou que o Corpo de Bombeiros é uma das principais parcerias fixadas com a SDS. Os profissionais são responsáveis por ministrar cursos de formação de Brigadas de Incêndio em municípios em zonas de risco de queimadas. “Os cursos consistem em duas etapas: no primeiro dia de aulas, os participantes aprendem a teoria de como controlar e se proteger de focos de incêndio. Já no segundo dia, os bombeiros promovem oficinas práticas para que os alunos pratiquem as técnicas de controle”, contou Verena.
A abertura de roçadas, segundo ela, é uma das principais causas de incêndios de natureza humana. Verena contou que o Corpo de Bombeiros alerta a população com dicas para a realização segura da atividade. “Pedimos que construam aceiros de dois metros de largura e que avisem vizinhos sobre as queimadas para pedir ajuda em caso de incêndio, além de vigiarem o local queimado até as chamas cessarem completamente”.
Na próxima semana, a especialista disse que a sétima turma de brigadistas será formada no município de Careiro. O eixo de cidades nas redondezas da BR-319 (Manaus-Porto Velho) foi o primeiro alvo da pasta por apresentar as maiores temperaturas e os mais baixos níveis de umidade. “Já formamos turmas em Manicoré, Novo Aripuanã, Tapauá, Humaitá e Canutama, pois essa região apresenta altos riscos”.
Segundo a chefe do departamento florestal da SDS, as brigadas são necessárias por conta da extensão do Amazonas. “Precisamos ter cidadãos treinados em todo o Estado porque o Corpo de Bombeiros não é capaz de estar em todos os locais, principalmente quando há festas folclóricas em alguns municípios. Por exemplo, o foco é dado para Parintins durante o festival, os outros municípios ficam sem cobertura”, contou.
Em Manaus, o curso de Brigada de Incêndio chegará em outubro. As duas primeiras turmas da capital, segundo Verena, serão focadas no Parque Estadual Sumaúma. “É uma região de alto risco, devido ao alto nível de poluição do ar”, explicou.
Com informações de D24am