Somos ao mesmo tempo e a cada instante aquilo que já fomos e
aquilo que um dia ainda seremos, portanto, as marcas que
transportamos refletem os nossos docentes.
Em quem você votou em 2010? – pergunta o professor!
Circunstâncias que você vive ou passa enquanto lê estas mal traçadas
linhas, têm ligação com seu voto. Costumo insistir no fato de que, em
regra, conseguimos debater melhor qualquer questão quando não
pressionados.
Estamos longe de outubro de 2014, quando voltaremos às urnas,
logo, vivenciamos o momento propício para as avaliações.
Observo como preocupante a crescente divulgação de fatos
que desapontam gravemente as novas gerações de estudantes.
Preocupa-me o legado que tem sido anunciado pelos que ocupam
funções públicas e cargos eletivos. Precisamos aumentar o número
de interessados em cuidar e zelar de forma inteiramente compromissada
e com dedicação integral as carreiras de Estado.
Não há mais tempo para comemorações e os necessários rituais
de passagem; famílias não mais se visitam, aliás, as reuniões
outrora sagradas perdem espaço para os engarrafamentos.
Nada mais sintomático de que um telefone celular tocando
dentro de um templo, durante o serviço religioso. Aprender a tocar um
instrumento ou praticar um esporte profissional, tarefas que exigem
disciplina e longos anos de treinamentos, deixam de ser cultivadas pelos
que ouvirão o trimmm! da urna eletrônica pela primeira vez.
Neste cenário, é erro não fazer nada somente porque se pode
fazer pouco. Sabemos que “o homem no poder sofre, em grau menor ou
maior, três ilusões capitais: a ilusão de que tudo pode, a ilusão de que
tudo sabe e a ilusão de que seu poder jamais terminará”.
Ronilson de Souza Luiz, capitão da Polícia Militar, professor universitário, bacharel e licenciado em letras pela USP, mestre e doutor em educação pela PUC/SP.