Efeitos da cheia próximo ao porto em construção, 2012 Foto: Portal BVR |
Manaus - Dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - Perfil dos Municípios (Munic) realizada, em 2011, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelam que dos 62 municípios do Amazonas, apenas nove (14%) possuem planos municipais de redução de riscos. A capital Manaus é das cidade que não conta com o documento, segundo o IBGE.
Apesar do baixo índice, 33 (53%) municípios assumiram ter realizado ações isoladas de intervenção, no período.
Para o chefe de disseminação do IBGE, Adjalma Jaques, levando em consideração as peculiaridades ambientais do Estado, ainda são pequenos os esforços para o desenvolvimento de estratégias, no Amazonas.
“Considerando as cheias e vazantes no Estado, a quantidade de municípios que possuem planos para o enfrentamento de riscos é muito pequena. Ainda mais quando 33 municípios informaram ter realizado programas ou ações de caráter preventivo”, ressaltou.
Nos últimos três anos, Manaus passou por cinco fenômenos extremos da natureza que, de acordo com especialistas, podem ser mais frequentes nos próximos anos. Foram duas enchentes recordes, a maior vazante do Rio Negro e a maior temperatura já registrada, além da menor umidade relativa do ar.
Com a cheia histórica deste ano, 500 mil usuários do transporte coletivo foram prejudicados, na capital, com a interdição do Terminal da Matriz e pelo menos 18 bairros foram afetados.
Responsável pelo mapeamento dos riscos ambientais, geológico-geotécnicos e construtivos, o plano de redução de riscos, segundo o IBGE, encontra-se em fase de elaboração em outros 15 (24%) municípios amazonenses.
Os municípios de Amaturá, Benjamim Constant, Boa Vista do Ramos, Borba, Caapiranga, Jutaí, Nhamundá, São Paulo de Olivença e Tonantins compõem a lista dos nove municípios atualmente em dia com o controle de riscos.
Já Atalaia do Norte, Careiro, Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Juruá, Manacapuru, Manaquiri, Manicoré, Parintins, Pauini, Presidente Figueiredo, Santa Izabel do Rio Negro, Uarini e Urucará estão entre os que desenvolvem atualmente as estratégias.
Dos Estados da Região Norte, o Amazonas e o Pará aparecem empatados com a maior quantidade de municípios com o plano já consolidado. No Pará, 13 (9%) municípios estão em fase de elaboração do documento. No Norte, dos 449 municípios totais, 24 (5%) já possuem o plano e 37 (8%) o estão desenvolvendo.
Em contrapartida ao descaso com a elaboração de metas e ações para a prevenção e controle desses riscos ambientais, 53% dos 62 municípios amazonenses precisaram realizar ações isoladas de prevenção de deslizamentos e recuperação ambiental em 2010 e 2011.
Entre as ações mais executadas estão a drenagem urbana citada por 16 municípios; obras de contenção, proteção, drenagem superficial ou profunda e remoção de moradias (15); treinamento de equipes municipais (15); redes e galerias de águas pluviais (13); construção de muro de proteção e dique (10).
Em menor número estão programas de drenagem
e desassoreamento (7); plano de redução de riscos (4); recuperação de várzeas (3) e renaturalização de rios e córregos (3).
O Amazonas foi o Estado da Região Norte com o maior número de ações isoladas de gerenciamento de riscos, seguido pelo Pará com 30 casos.
Na região, 97 medidas foram desempenhadas, sendo 60 drenagens, 43 redes e galerias de águas pluviais, 37 obras de contenção, proteção, drenagem superficial ou profunda e remoção de moradias, 35 treinamento de equipes municipais e 21 construções de muros de proteção e diques.
Esta é a primeira vez que a Munic investiga a existência de plano municipal de redução de riscos e a existência de programas ou ações de gerenciamento de riscos de deslizamento e recuperação ambiental de caráter preventivo.
Com informações de D24am