Ela percorre a pé ou de moto as ruas da cidade para conversar com eleitores, pedir votos, ouvir sugestões e reclamações.
A cabo eleitoral Maria Gracielle, de carona, e pronta para mais um dia de corpo a corpo na disputa por votos. Ela afirma que a política está no sangue da família |
Acostumada a acordar junto com os primeiros raios do sol, a professora aposentada Maria Gracielle Leite, 81, tornou-se uma das mais destemidas cabos eleitorais no Município de Maués (a 267 quilômetros de Manaus). Os passos são lentos e a voz pausada, mas a determinação é grande e é nesse compasso que ela ‘invade’ ruas, becos, praças e as casas para fazer campanha eleitoral.
Conhecida na cidade como “vovó cabo eleitoral”, Maria Gracielle está entrando no segundo mês de campanha eleitoral. O neto, um dos quatro candidatos a prefeito de Maués, o vereador Júnior Leite (PDT), é a razão desse movimentação . Com disposição de dar inveja em muitos jovens, ela garante que está com a saúde em dia e que, passados os incômodos no tratamento de uma osteoporose, e um problema de coluna, se sente pronta para chegar aos cem anos.
Maria Gracielle é mãe do deputado estadual Sidney Leite (DEM), ex-prefeito de Maués por duas vezes, e já participa do processo político há mais de 40 anos. Como cabo eleitoral na campanha deste ano, a vovó faz questão de apresentar, a cada eleitor, as propostas de campanha do neto, ouvir os comentários e as sugestões da população, anota as reivindicações e as repassa ao candidato.
A militante tomou “gosto pela política” nos anos 70, quando o marido, Sérgio Mazine de Oliveira Leite, foi eleito vereador. Segundo ela, o interesse pela política faz parte da tradição da família Leite, citando o filho Sidney como um dos exemplos dessa paixão.
“Fui tomando gosto pela política. Trabalhei na campanha do meu marido e do meu filho que já foi prefeito de Maués. Este ano estou apoiando o meu neto para prefeito. Eu visito as comunidades e participo das reuniões do comitê dando ideias para a campanha. A política faz parte da nossa história e está no sangue da família Leite”, afirmou, em tom orgulhoso, Maria Gracielle.
Descendente de italianos, Gracielle atribui seu vigor à saúde e ao respeito a uma boa alimentação. Ela não dispensa peixe e o guaraná em pó. “Nasci no Amazonas, sou descendente de italianos. Gosto de comer peixe, queijo, iogurte e tomo as minhas vitaminas. Minha saúde está ótima, graças a Deus. Minha mãe morreu aos 96 anos e os meus médicos apostam que vou passar dos cem anos”, disse ela a A CRÍTICA, por telefone.
Prece e carinho
Desde os anos 70, Maria Gracielle milita na política, começou com o marido e, depois, nos apoios ao filho e ao neto |
Para essa militante, a campanha eleitoral deste ano no município, está muito disputada e “cheia de perseguições políticas contra a sua família”.
Devota de Nª Sª da Conceição, Maria Gracielle disse não faltar a missa aos domingos na igreja do Divino Espírito Santo e que em suas preces pede sempre sabedoria para vencer as injustiças. Também é uma das conselheiras do neto.
Ao visitar a família do aposentado João Adolfo da Silva, 82, Gracielle causou boa impressão: “Eu fico encantado com o trabalho que ela faz diariamente pelas ruas de Maués. Mostra que as pessoas com mais idade também são politizadas e podem participar efetivamente do processo político do município”, afirmou João Adolfo.
Fonte: Acrítica