Eles foram eleitos em 2008, mas não chegaram ao fim da gestão.
Manaus - Dos 62 prefeitos do Amazonas eleitos ou reeleitos nas eleições de 2008, pelo menos 12 – cerca de 20% – não vão chegar ao final do mandato que se encerra em 31 de dezembro deste ano. A maioria desses políticos tiveram os mandatos cassados pela Justiça Eleitoral ou pela Câmara de Vereadores nos últimos quatro anos. A maior parte das condenações dos ex-prefeitos ocorreu por abuso de poder econômico e político ou compra de votos.
Moradores dos municípios de Anamã, Boa Vista do Ramos, Coari, Japurá, Juruá, Manacapuru, Manicoré, Nhamundá, Novo Aripuanã, Tapauá, Tefé e Tonantins sofreram com as trocas de prefeitos. Em, Japurá, Coari, Anamã e Tefé foram realizadas eleições suplementares para escolher novos prefeitos após as cassações dos eleitos.
Em Manicoré, Emerson Pedraça foi eleito, mas logo substituído por Manoel Galdino (DEM), o “Nena”, que renunciou ao cargo no início deste ano, por questões de saúde. “Nena” ficou paraplégico após sofrer um atentado em 2009. Além dos cassados, três vice-prefeitos também não chegarão ao final do mandato. O atual deputado federal Carlos Souza (PSD) renunciou a vice-prefeitura de Manaus em 2010 para se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados. Já o vice-prefeito de Humaitá, Renato Pereira Gonçalves (PSDB), faleceu durante o mandato, e o de Iranduba, Katsuhiro Nagai (PSDB), morreu antes de assumir o cargo, vitimado por um câncer.
Entre os casos que mais chamaram a atenção nas trocas de prefeito, estão as cidades de Tapauá, Manacapuru e Boa Vista do Ramos. Em Tapauá, de 2009 até este ano, passaram pelo comando da cidade cinco prefeitos. Cláudio Gomes Dias (PR) foi eleito com 37,27% dos votos válidos. Em junho de 2009, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) lhe cassou os direitos políticos e o mandato por conta de uma condenação sofrida em 2002, por contrabando e falsidade ideológica. Cláudio cumpre pena em regime semiaberto, desde junho de 2008 e aproveitou o relaxamento da pena para se candidatar.
Em seu lugar assumiu o segundo colocado, Elivaldo Herculino dos Santos, que alcançou 35,97% dos votos. Pouco mais de um ano depois de assumir o cargo, Elivaldo foi cassado pelo juiz da zona eleitoral de Tapauá, Adonaid Tavares, de abuso de poder econômico. Na véspera do Natal de 2010, a juíza Joana Meirelles decretou sua prisão preventiva sob a acusação de que ele estaria fraudando provas utilizadas no inquérito que o investigava pelo desvio de R$ 641 mil de recursos públicos.
No lugar de Elivaldo assumiu o presidente da Câmara, Raimundo Veríssimo, que teve seu biênio frente à Casa encerrado no início de 2011. Em seu lugar, entrou Carlos Gonçalves (PMDB), que foi preso em 31 de dezembro do ano passado, acusado de tráfico de drogas. Em fevereiro de 2012, Gonçalves foi acusado de ser o mandante do assassinato do secretário de Esportes do município, Paulo Jorge Vitorino. A vice-presidente da Câmara, vereadora Edicleide Fernandes (PV), assumiu a prefeitura até abril deste ano, quando Elivaldo Herculino retornou ao cargo, após decisão do TRE.
Em Manacapuru eleito é cassado três vezes
Em Manacapuru a dança das cadeiras também foi grande nos últimos anos. Eleito em 2008, Edson Bessa (PMDB) foi cassado pela primeira vez no dia 8 de novembro de 2009, por compra de votos e abuso de poder político e econômico. Após um mês de ‘guerra de liminares’, o TRE reconduziu Bessa ao cargo.
Em abril de 2010 o TRE cassou Edson Bessa pela segunda vez e quem assumiu foi o segundo colocado, Angelus Figueira, que permaneceu no cargo até 29 de dezembro de 2011, quando uma decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski devolveu a Bessa a prefeitura de Manacapuru. Dois meses depois, a juíza do município, Rosália Guimarães, cassou novamente o mandato de Bessa, dessa vez por abuso de poder econômico e ‘caixa 2’.
O prefeito eleito de Boa Vista do Ramos, Elmir Lima Mota (PSD), foi afastado pela Câmara de vereadores do município em outubro de 2011, após denúncias de improbidade administrativa.
Fonte: D24am