O Governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), ampliou de 14 para 18 o número de municípios fornecedores do mobiliário escolar utilizado nas unidades públicas do Estado, através do Programa de Regionalização dos Móveis Escolares (Promove). A partir do meio do ano, os municípios de Autazes, Envira, Pauini e Tabatinga também passarão a produzir, dentro do programa, carteiras, mesas e quadro branco.
De acordo com informações da ADS, além de ser ampliado para mais quatro municípios, o Promove credenciou dez novas movelarias e associações de moveleiros. Conforme a projeção do engenheiro florestal e chefe do Departamento de Negócios de Produtos Madeireiros, Paulo Roberto Pinto, a expansão do programa deverá resultar em 800 novos empregos diretos e indiretos até o final de 2012, atingindo 3.200 oportunidades de trabalhos geradas desde 2005, quando o Promove foi criado.
Segundo o engenheiro, a soma da progressão de fornecedores (municípios) e produtores (moveleiros) representará este ano um crescimento de 28% no saldo de empregos em relação ao ano passado, quando o Promove conseguiu alcançar a marca de 2.500 pessoas beneficiadas desde o inicio do programa.
“A tendência de crescimento atende um anseio do governador Omar Aziz que, preocupado com a distribuição de renda no interior do Estado, recomendou a expansão do Promove para mais municípios, além de determinar que mais trabalhadores rurais integrassem o processo de fabricação da mobília escolar”, afirmou Paulo Roberto.
O engenheiro acrescentou que a integração de novos municípios segue também uma questão logística. “A ideia do programa é atender todas as instituições de ensino do Estado. A partir de agora o mobiliário terá novos polos a fim de garantir e facilitar a distribuição dos móveis. Atualmente, nós invertemos a logística de compra e distribuição desses móveis. Antigamente eles eram comprados de empresas do Sul do país, trazidos para Manaus e só depois levados para os municípios”, comparou o engenheiro.
Com a participação de outros quatro municípios, a partir do segundo semestre de 2012, 18 cidades passam a fornecer material escolar: Apuí, Borba, Boa Vista do Ramos, Carauari, Manacapuru, Tefé, Eirunepé, Humaitá, Lábrea, Manaus, Manicoré, Parintins, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Pauini, Envira, Tabatinga e Autazes.
Compra de móveis movimenta R$ 26 milhões no Estado – Para 2012 o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), estabeleceu a aquisição de 40.781 unidades do mobiliário o que, de acordo com a Seduc, significa R$ 3,9 milhões para compra dos produtos escolares este ano.
Conforme o diretor de Negócios da ADS, Luiz Otávio da Silva, esse montante, somado aos investimentos anteriores em material escolar oriundo do Promove, representa um total na ordem de R$ 27 milhões aplicados na economia do Estado.
“Além de valorizar a mão de obra do trabalhador amazonense, essa política de regionalização dos produtos escolares transforma uma prática antiga de se comprar coisas de fora ao passo que elas podem ser produzidas aqui, agregando um valor econômico enorme ao Estado”, avaliou Luiz.
Aumento na renda de até 366% – Antes de aderir ao Promove, o dono da Movelaria São José, localizada em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), José Tenório, disse que o lucro do empreendimento girava em torno da extração e venda de madeira em forma de prancha, cujo valor é comercializado a R$ 600 a unidade. “Com o Promove eu passei a transformar essas pranchas em carteiras. Uma prancha equivale a 43 carteiras escolares, a qual é vendida por R$ 65 a unidade”, afirmou o moveleiro. Ao agregar valor à produção, Tenório passou a lucrar R$ 2.795 na fabricação do mobiliário, aumentando o faturamento em 366%.
Sustentabilidade – Toda a atividade de extração e beneficiamento da madeira é acompanhada pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) para garantir que a matéria-prima é oriunda de manejo florestal. O órgão também oferece apoio aos pequenos e médios moveleiros na regularização da atividade. “Nossa tarefa é orientar e incentivar os pequenos e médios moveleiros sobre manejo sustentável. Além de fiscalizar a atividade irregular, oferecemos o suporte necessário para o pequeno produtor, os quais normalmente tendem a trabalhar na informalidade”, frisou o coordenador do departamento de floresta do Idam, Janderley Gadelha.
Fonte: Blog do Marcos Santos