Polícia diz que novas notificações de prisão poderão acontecer; parlamentares são suspeitos de envolvimento com tráfico.
Novas notificações deverão ser expedidas pela Justiça da comarca de Maués (a 276 quilômetros de Manaus), ainda esta semana. A CRÍTICA apurou que a polícia agora investiga o possível envolvimento de vereadores da Câmara Municipal com o tráfico de drogas. No sábado, 4, nove pessoas foram presas por ordem do juiz da comarca, Wilton Pio Almeida.
Entre os presos estão o comerciante Johny de Oliveira Matos e o irmão do vice-prefeito da cidade, Dohnny Dorsane. O subsecretário Municipal de Produção Rural, Luiz Carlos Dinelly, 29, também foi preso, mas teve a prisão relaxada ontem pela Justiça. O advogado alegou que não há provas que comprovem o envolvimento dele com “o cartel”.
Os mandados judiciais foram cumpridos após a prisão do casal Turíbio Caetano da Silva Junior, 24, e Pollyana Tavares Leite, 25. No total, 11 pessoas foram presas e estão recolhidas no 44º Distrito de Polícia de Maués. A operação foi comandada pelo delegado do município, Mário Melo, e pelo delegado da Força Especial de Resgate e Assalto (Fera), de Manaus, Fábio Martins.
Turíbio já recebeu duas condenações por tráfico. De acordo com o delegado Mário Melo, ele chefiava a organização criminosa e é conhecido como o “químico do pó”. “O casal possuía uma caderneta com as anotações de contabilidade do fornecimento da droga na cidade, das dívidas e dos soldados que faziam parte do cartel”, afirmou o delegado.
Turíbio foi preso com a esposa por volta das 2h do dia 29, em uma abordagem policial. Foi encontrado com o casal dois revólveres calibre 38, dinheiro e 100 gramas de cocaína. A polícia chegou a Turíbio depois de receber telefonemas anônimos.
Mário Melo disse ainda que as investigações foram mantidas em sigilo por um período de dez meses. Após a prisão, o casal delatou os acusados, o que resultou nos mandados judiciais. No meio da semana passada, antes das novas prisões, o titular do 44º. Distrito de Maués viajou a Manaus e pediu o apoio do grupo Fera para realizar a operação no município. “As pessoas denunciadas foram presas para investigação”, afirmou o delegado.
Todos cumprem prisão temporária na delegacia. Quatro deles foram ouvidos em depoimento, ontem, e negaram envolvimento com a organização. Melo informou que se ficar confirmada a participação dos implicados, ele poderá pedir a prisão preventiva. O juiz da Comarca expediu nove mandados e oito foram cumpridos. Os acusados foram presos ainda nas residências deles. Mário Melo informou que a boca de fumo funcionava dentro de uma boate de fachada. Os acusados serão processados por tráfico de drogas e associação ao tráfico.
Ainda foi preso em flagrante, no sábado, 4, portando maconha, Renato Silva. A operação mexeu com a cidade.