Estudo realizado pela FIRJAN revela que o país deixa de produzir até R$ 44,9 bilhões, a perda equivale ao dobro do orçamento do Ministério dos Transportes.
A economia brasileira pode deixar de produzir até 4,4% do seu PIB industrial em 2012. As perdas ocasionadas pelos feriados nacionais e estaduais à indústria brasileira podem chegar a R$ 44,9 bilhões neste ano, valor 21% maior do que o estimado para o ano passado. Para se ter uma ideia, a perda equivale ao dobro do orçamento do Ministério dos Transportes para este ano.
Os estados mais industrializados são também os de maiores perdas em termos absolutos.
Em São Paulo a conta chega a R$ 14,6 bilhões e, no Rio de Janeiro, a R$ 5,04 bilhões. Minas Gerais deixará de produzir até R$ 3,6 bilhões e Rio Grande do Sul, R$ 2,9 bilhões.
No caso do Amazonas, a perda é de R$ 922 milhões.
As informações são da Nota Técnica "O Custo Econômico dos Feriados", que o Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) divulgou nesta quarta-feira (15).
Feriados em 2012
A paralisação excessiva da atividade econômica gerada pelo excesso de feriados será ainda maior em 2012 no país porque muitos feriados ocorrerão nas terças e quintas-feiras, originando pontos facultativos ou a prática costumeira de"enforcamentos".
É o caso do Dia do Trabalho (1º de maio, terça), além de Corpus Christi (23 de junho) e Proclamação da República, ambos programados para uma quinta-feira. Os feriados da Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Sra. Aparecida (12 de outubro) e Finados (2 de novembro) caem todos em uma sexta-feira.
Rio de Janeiro e Acre (com prejuízo estimado em R$ 55 milhões) são os estados com o maior número de feriados estaduais em dias de semana (três em cada estado).
Consequentemente, são também os de maior perda relativa, 5,3% do PIB industrial. No estado fluminense, esse montante seria suficiente para cobrir quatro vezes o investimento estimado para construção da linha 4 do metrô ou três vezes a construção do corredor T5 do BRT, que ligará o Aeroporto Internacional até a Barra da Tijuca.
Em seguida, com dois feriados estaduais em dias úteis em 2012, aparecem Rio Grande do Norte (R$ 287 milhões), Rondônia (R$ 130 milhões), Piauí (R$ 168 milhões) e Amapá (R$ 37 milhões). As perdas estimadas para esses estados podem chegar a 4,8% do produto industrial.
São Paulo e Rio Grande do Sul têm um feriado estadual em dia útil, resultando em uma perda 4,4% do PIB industrial.
É o mesmo caso de outros 11 estados: Paraná (R$ 2,4 bilhões); Bahia (R$ 1,8 bilhão); Espírito Santo (R$ 859 milhões); Ceará (R$ 757 milhões); Pará (R$ 816milhões); Mato Grosso (R$ 461 milhões); Amazonas (R$ 922 milhões); Mato Grosso do Sul (R$ 308 milhões); Alagoas (R$ 209 milhões); Tocantins (R$ 162 milhões) e Roraima (R$ 35 milhões).
Nos estados de Minas Gerais (R$ 3,6 bilhões), Santa Catarina (R$ 1,7 bilhão), Goiás (R$ 984 milhões), Pernambuco (R$ 713 milhões), Maranhão (R$ 267 milhões), Paraíba (R$ 276 milhões) e Sergipe (R$ 239milhões) não haverá nenhum feriado estadual em dia de semana.
Nesses casos, as perdas ficarão restritas aos 10 feriados nacionais em dia de semana, podendo chegar a 4% do PIB industrial.
O estudo aponta ainda uma solução para reduzir os custos da paralisação: adiantar para segundas-feiras os feriados que caírem nos demais dias da semana, conforme destaca o projeto de Lei federal nº 2.257 de 2011, com exceção dos feriados de Confraternização Universal (1º de janeiro), Independência (7 de setembro) e Natal (25 de dezembro).
Fonte: Acrítica