Fruto se parece com o abiu, é típico de Maués e a colheita ocorre a cada quatro anos.
Manaus - Com o apelo da preservação ambiental e pela sonoridade da pronúncia, o fruto amazônico caramuri foi sugerido como nome para a bola da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O dono da ideia é o diretor da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), Vaubel Mafra.
A proposta foi enviada à Adidas, fornecedora das bolas do Mundial, que encaminhou a sugestão ao próprio departamento de marketing e desenvolvimento de produtos. “Não sei se eles (Adidas) me responderão outra vez, mas acharam interessante e encaminharam o nome para análise”, comemorou Mafra.
A escolha do nome como aposta de ‘batismo’ da bola para a Copa no Brasil foi baseada nas características do caramuri. “É uma fruta em extinção porque os agricultores derrubam (desnecessariamente) a árvore para colher o fruto. A safra ocorre de quatro em quatro anos, curiosamente nos mesmos anos das copas do mundo, mas entre os meses de março e maio”, explicou o autor do projeto.
A fruta é típica da região do Baixo Amazonas, entre os rios Tapajós e Madeira, nos municípios de Parintins, Barreirinha, Autazes, Nova Olinda e, principalmente, em Maués (276 quilômetros a leste de Manaus). Os primeiros relatos da existência do Caramuri são de 1863, do Cônego Francisco Bernardino de Souza, no livro ‘Lembranças e curiosidades do Vale do Amazonas’.
Valbel Mafra disse que o próximo passo para ‘batizar’ a bola com o nome amazônico é provocar discursões na sociedade sobre o design e difundir a ideia para que o nome se popularize. “Alguns Estados do Sudeste do País fazem lobby por samba, outro por carnaval. São designações que não expõem a nossa diversidade nem o apelo pela preservação ambiental”, alegou.
Em 2010, a bola Jabulani foi um destaque à parte da Copa do Mundo da África do Sul pela pouca resistência ao ar e dificuldade que impunha aos goleiros. A bola teve 11 cores, que representavam os idiomas e a quantidade de etnias do país, além da quantidade de jogadores em campo. O nome significa ‘celebrar’, em isiZulu, um dos idiomas oficiais da nação africana.
Fonte: D24am