Na próxima semana, a Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc), vinculada ao Ministério dos Transportes (MT), vai iniciar um projeto para a dragagem de dois trechos do Paraná do Ramos, que dá acesso aos municípios de Maués, Barreirinha e Boa Vista do Ramos. A medida é objeto de solicitação do deputado Sidney Leite (DEM), que apresentou ao órgão o impacto sofrido pelos três municípios devido às vazantes históricas que vêm sendo registradas no Amazonas.
Em visita ao superintendente da Ahimoc, Sabá Reis, Sidney Leite explicou que as secas recordes do rio nos últimos anos e o surgimento dos bancos de areia estão dificultando o transporte de passageiros, cargas, combustíveis e do extrato de guaraná produzido pela Ambev em Maués, que precisa chegar a Manaus para a fabricação de refrigerantes.
Com imagens obtidas por meio de GPS (Sistema de Posicionamento Global), o deputado mostrou ao superintendente que os dois trechos estreitos, que totalizam quatro quilômetros, estão compreendidos entre a entrada do paraná e a Vila Silves, localizada na divisa dos municípios de Urucurituba e Boa Vista do Ramos. “A viagem de Maués até Manaus, feita no trajeto normal, dura em média 24 horas. Mas, com a vazante, as embarcações ficam impedidas de navegar pelo paraná. O trajeto alternativo é feito por Parintins e chega a durar 50 horas. Com isso, o preço dos produtos aumenta em mais de 100% e há racionamento de energia em Maués, por causa da falta de combustível nas termelétricas”, ressaltou Sidney Leite.
As mudanças geradas pela vazante já estão sendo sentidas pelos passageiros que saem de Maués com destino à capital. As embarcações, que chegavam à meia-noite em Manaus, estão aportando no Roadway às 5h da manhã. Outra situação, relatada por usuários das lanchas tipo “a jato”, é que há necessidade de sair das embarcações e percorrer a pé os locais mais rasos para evitar o encalhamento. “Algumas embarcações que transportam passageiros já estão encalhando. A partir do dia 15 de outubro será muito difícil trafegar pelo Paraná do Ramos”, frisou o deputado.
O superintendente da Ahimoc, Sabá Reis, informou que até o próximo dia 7 uma equipe do Núcleo de Obras e Melhoramentos do órgão será deslocada ao paraná. A visita técnica será o primeiro passo para o início do projeto de dragagem, que depende de licença ambiental do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Reis disse ainda que não faltam recursos para a execução da obra. “O Ministério dos Transportes liberou R$ 46 milhões para a realização de dragagem nos rios na Amazônia Ocidental”, afirmou.
Fonte: Blog da Floresta