Além do pároco, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da paróquia, padre Marcílio, e um casal que atua na mesma Comissão estão sendo ameaçados.
Pe. Marcílio Moutinho |
O padre Benjamin Tavares, 49, pároco da cidade de Boa Vista do Ramos (a 269 quilômetros de Manaus) é o mais novo religioso marcado para morrer no interior do Amazonas.
Ontem, ele foi ouvido pela delegada Ana Denise, titular da 3ª Delegacia Regional, que pediu ao comando local da Polícia Militar (PM) que designasse uma escolta para garantir a vida do padre.
“Ele nos comunicou que as ameaças se intensificaram no fim de semana e nós estamos investigando tanto em Parintins quanto em Boa Vista do Ramos a procedência da ligação e sua autoria”, disse a delegada.
Padre Benjamin contou que as ameaças começaram na segunda-feira passada, (4). “A primeira ligação foi por volta das 22h30, quando um homem me dizia que eu ia morrer na estrada durante meu trabalho pastoral”.
Além do pároco, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da paróquia, padre Márcílio, e um casal que atua na mesma Comissão em Boa Vista dos Ramos estão sendo ameaçados pela mesma pessoa. “É o mesmo número de celular que liga para mim”, frisou o padre.
Ele explicou que neste fim de semana, além das ligações, que se intensificaram, a pessoa enviou mensagens e cartas com ameaças de morte.
“No sábado a pessoa ligou 11h30, disse que ia me matar e depois seguiria à zona rural para matar o padre Marcílio. Nós ficamos temerosos porque o padre Marcílio estava numa comunidade distante da cidade, chamada Curuçá. Então, eu comuniquei imediatamente a Polícia Militar e o sargento Jesus tomou todas as providências para que nada acontecesse”, relatou o sacerdote.
Segundo ele, uma das mensagens recebidas dizia o seguinte: “Não adianta fazer Boletim de Ocorrência na polícia. Você vai morrer e eu não tenho pressa de te matar”.
A delegada Ana Denise já está com o número do celular de onde partiram os telefonemas e mensagens ameaçando os padres e membros da Comissão de Direitos Humanos.
Padre Benjamin frisou que as mensagens começaram após apoio a movimentos populares que pedem a saída do atual prefeito daquele município, Elmir Mota Lima.
Fonte: Emtempo