O vereador, ex-presidente da Câmara Municipal de Boa Vista do Ramos, é acusado de usar um cheque sem fundo da Câmara em benefício próprio
Manaus - O advogado Ribamar Fernandes Moraes, afirmou neste sábado (18) que vai representar junto ao Ministério Público do Estado (MPE) contra o vereador de Boa Vista do Ramos, Joaquim Teixeira Barbosa (PSC), pelo crime de estelionato, além de cobrar na justiça a execução de cheque sem fundo no valor de R$ 40 mil. O advogado defende a empresa MB Magalhães Brasil, para quem o cheque foi repassado. O vice-presidente da Câmara, Júnior Rodrigues, disse que foram repassados outros cheques sem fundo e que o valor pode chegar a R$ 120 mil.
O vereador, ex-presidente da Câmara Municipal de Boa Vista do Ramos (a 271 quilômetros de Manaus), é acusado de usar um cheque sem fundo da Câmara em benefício próprio.
De acordo com Ribamar Fernandes, o cheque do Banco do Brasil foi repassado no dia 05 de maio de 2009 à empresa MB Magalhães Brasil, com sede em Manaus, para a compra de material de construção usado em benefício próprio, na construção da sua casa. Na época, o vereador era presidente da Câmara.
Ribamar Fernandes informou que a empresa, após receber o cheque, o repassou para o seu cliente, um empresário da construção civil, que não quis ter seu nome divulgado, como pagamento de serviços prestados, mas o dinheiro não pode ser sacado.
“Após tomar conhecimento do caso, entrei em contato com algumas pessoas do município que me informaram que esse dinheiro foi usado para a construção da casa do vereador. Quando entrei em contato com ele para conversar sobre o caso, ele desligou o telefone e não me atendeu mais”, disse o advogado.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Boa Vista do Ramos, vereador Junior Andrade (PT), afirmou ter tomado conhecimento dos fatos pouco depois do ocorrido. Ele disse que o vereador Joaquim Barbosa ao ser questionado sobre a veracidade das denúncias, confirmou ter repassado os cheques, mas não explicou para que tipo de pagamento.
Junior Andrade afirmou que o vereador foi destituído do cargo de presidente meses depois das denúncias. Segundo ele, a medida foi tomada para preservar o parlamento, mas nada além disso foi feito, por não existirem provas materiais. Há um mês o Banco do Brasil enviou à Camara um extrato informando quantos cheques sem fundo o vereador repassou.
“Não tenho detalhes sobre os destinatários desses cheques, só sei que foram três ou quatro e que totalizam um valor de R$ 120 mil. Mas nenhum dinheiro saiu dos cofres da Câmara, porque nós não temos essa quantia”, disse Andrade, que também não soube dizer se o documento bancário foi enviado a pedido da Câmara ou por iniciativa do Banco do Brasil.
A reportagem tentou contato com Joaquim Barbosa, mas não obteve sucesso.
Fonte: D24am